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8 de maio de 2013

Odeio acordar cedo

O telefone tocou logo cedo. 
era o tio Sam, me convidando pra tomar café na quinta avenida com ele. Eu odeio café. mais não recusei o convite. Ele é um homem velho, sério, imponente, desconfiado e muito charmoso. Nós flertamos e eu cedi aos seus galanteios. ele é bem convincente, confesso. Mais não bebi café. Odeio café. bebi uma cachaça num gole só. ele não gostou. disse que no café da manhã ninguém bebe em baixo de suas fuças. Eu disse foda-se. ele me beijou e me comeu na grama congelada do central park. -- Sorry, Mr Sam! Eu não queria ofendê-lo quando dei um trago na sua frente, a verdade é que eu nunca te chuparia se estivesse sóbria. -- Ele se sentiu ofendido e disse que todo mundo chupa ele enquanto toma café de manhã. e que todos estão devidamente sóbrios. Duvido! -- eu disse --. eles deviam chupar a tia Dilma também, é ela que manda o café pra cá. Ele levantou as calças fechou o zíper e prendeu o saco. Amador - eu disse - diz que é chupado por todo o mundo e ainda prende a porra do saco no zíper. ele pegou nos meus braços e me enfiou no avião. disse que ali não é lugar pra mim, más, não negou que estava apaixonado. 
Descobri que ele anda colocando cachaça mineira no café que a tia Dilma manda pra lá. e que seus sobrinhos falam: "O tio Sam foi envenenado com drogas brasileiras" eu fiquei cheia de orgulho quando ouvi ele dizer: "Tomai e bebei. Com cachaça pela manhã, ão de me chupar muito melhor" ele parou de usar zíperes e suas calças tem botões, e agora ele tem um leve sorriso no canto esquerdo da boca, e ele sempre me liga dizendo que se arrependeu de não me chupar também. é que a posição dele não permite que ele tenha certas regalias.
Ele disse que eu já posso voltar lá se eu quiser.
Sei. ele tá é cheio de saudades minha.