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11 de junho de 2013

Oi! Tudo jóia? faz tempo né? tenho tanta coisa pra contar. vou começar por essa:

E não é que tinha um buraquinho na cortina. por ele dava pra ver que o teatro estava cheio. Na coxia, todo aquele frio em todas aquelas barrigas me congelava, e me dei conta que não estava sentindo as minhas pernas. e sem que eu pudesse fazer nada, as cortinas se abriram. foi quando eu apaguei. 
Acordei com os aplausos. 
Eu não fui a personagem principal, não fui a mais engraçada, nem a mais bonita, aliás sou uma péssima atriz, que fique claro. mais aqueles aplausos a revelia era o único som que eu queria ouvir pra sempre.
Não durou muito e todos começaram sair. o teatro silenciou e fiquei sozinha ali no palco. eu não tinha ninguém pra abraçar lá fora, não conhecia ninguém daquela platéia, eu não sabia como me comportar no meio daquela multidão, eu não queria estar no meio deles. então fiquei ali no palco. sozinha. do mesmo jeito que eu estava quando escrevi aquela estória. aquela que acabara de ser contada ali naquele palco.
Quando o eco dos aplausos se calaram, eu fui embora. eu devo ter parado em algum boteco e me embriagado, tenho a impressão de ter sido parada pela polícia, não, isso deve ter sido outra noite, eu acho que deitei no chão de um estacionamento com uma garrafa de cerveja na mão, que merda!! minha bota está cheia de tinta.
não importa. ainda escuto os aplausos quando fecho meus olhos.
"É claro que tudo isso é piração sua. nada disso aconteceu. Tá esquecendo que você é maluca?"
Será? mais minhas botas estão sujas de tinta.
"E daí? pisar na tinta é tão comum quanto pisar na merda."

Eu corri até o teatro e subi no palco. um silêncio absoluto reclamava da minha respiração. vasculhei toda a cortina atrás de um buraquinho, e ele estava lá. na coxia ainda tinha ecos de um brinde com as personagens da estória contada. é claro que tudo foi verdade. eu comecei sacar a minha consciência. ela sempre dá dessas. ela queria me lembrar da platéia...

... lembrei que a platéia estava cheia. mais eu não conhecia ninguém que estava lá. na verdade os únicos que eu conhecia ali naquele teatro, eram as personagens daquela estória. eu juro que as vi com vida aquela noite. e quando eu fecho meus olhos no silêncio, ainda consigo escutar os aplausos.

A mágica vai acontecer só mais uma vez. e vale a pena assistir. eu adoraria te ver na platéia.
Será no dia 15 de junho no teatro ETA - Estúdio de Treinamento Artístico, Rua Major Diogo, 547. Bela Vista, São Paulo (travessa da Av. Brigadeiro Luiz Antonio) ás 21h30.
Ingresso: R$15,00.

bjs.